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Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva

Entendendo o Coração Ansioso: Como Superar a Ansiedade de Separação

Introdução

O Transtorno de Ansiedade de Separação é caracterizado por um medo e ansiedade excessivos relacionados à separação de figuras de apego, como pais ou cuidadores. Embora comum em crianças, esse transtorno também pode afetar adultos, causando um impacto significativo na vida diária e no bem-estar emocional.

Sintomas

1. Ansiedade Excessiva

  • Descrição: Medo intenso de que algo ruim aconteça às figuras de apego durante a separação.
  • Impacto: A criança pode se recusar a ir à escola ou ficar sozinha, enquanto adultos podem evitar sair de casa.

2. Medos Irracionais

  • Descrição: Preocupações desproporcionais sobre eventos catastróficos que possam separar a pessoa de seus entes queridos.
  • Impacto: Pode levar a pesadelos, queixas físicas como dores de cabeça e de estômago, e evitamento de situações de separação.

3. Comportamento de Apego

  • Descrição: Necessidade constante de estar em contato com as figuras de apego.
  • Impacto: Pode resultar em dependência excessiva e dificuldades em desenvolver autonomia e independência.

Causas

1. Fatores Genéticos

  • Descrição: A predisposição genética pode desempenhar um papel no desenvolvimento do transtorno.
  • Impacto: Histórias familiares de ansiedade aumentam o risco.

2. Experiências Traumáticas

  • Descrição: Eventos traumáticos, como a perda de um ente querido ou mudanças significativas na vida, podem desencadear o transtorno.
  • Impacto: Desenvolve-se como uma resposta de medo intenso à possibilidade de outra separação traumática.

3. Estilo de Apego

  • Descrição: Crianças com estilos de apego inseguro são mais suscetíveis ao Transtorno de Ansiedade de Separação.
  • Impacto: A relação com os cuidadores pode influenciar a percepção de segurança e confiança.

Tratamento

1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

  • Descrição: A TCC é eficaz no tratamento do transtorno, ajudando a identificar e modificar pensamentos e comportamentos negativos relacionados à separação.
  • Benefício: Promove o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento saudáveis e redução da ansiedade.

2. Terapia de Exposição

  • Descrição: Envolve a exposição gradual e controlada à separação para reduzir a ansiedade.
  • Benefício: Ajuda a pessoa a se acostumar à separação e a desenvolver independência.

3. Intervenção Familiar

  • Descrição: Envolver a família no tratamento pode fortalecer o apoio e melhorar as dinâmicas familiares.
  • Benefício: Promove um ambiente seguro e de suporte para a pessoa afetada.

4. Medicação

  • Descrição: Em casos graves, medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas.
  • Benefício: Alivia os sintomas severos enquanto outras formas de terapia são implementadas.

Conclusão

O Transtorno de Ansiedade de Separação pode ter um impacto significativo na vida de uma pessoa e de sua família. No entanto, com o diagnóstico e tratamento adequados, é possível gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. A Terapia Cognitivo-Comportamental, a terapia de exposição e o envolvimento familiar são estratégias eficazes para ajudar a pessoa a superar o medo da separação e desenvolver autonomia e confiança.

Referências

  1. American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.).
  2. Pine, D. S., & Klein, R. G. (2008). Anxiety Disorders in Children and Adolescents. Journal of Clinical Psychiatry, 69(4), 169-177.
  3. Kendall, P. C., & Hedtke, K. A. (2006). Cognitive-Behavioral Therapy for Anxious Children: Therapist Manual (3rd ed.). Workbook Publishing.
  4. Separation Anxiety Disorder: Practice Essentials, Background, Etiology. (2021). Medscape.
  5. Becker, K., & Ginsburg, G. S. (2011). Anxiety Disorders in Children and Adolescents: Epidemiology, Risk Factors, and Treatment. Pediatric Clinics, 58(6), 1179-1190.
Dra. Ana Beatriz Barbosa

Dra. Ana Beatriz Barbosa

Médica graduada pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) com residência em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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