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Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva

Calmantes: Como Eles Afetam Sua Memória e Saúde Mental

Introdução

Os calmantes, também conhecidos como ansiolíticos ou tranquilizantes, são medicamentos utilizados para tratar ansiedade, insônia e outros distúrbios emocionais. No entanto, um efeito colateral comum desses medicamentos é o impacto na memória e na capacidade cognitiva. O uso prolongado pode prejudicar a capacidade de armazenar novas informações, afetando diretamente a memória de curto prazo.

Como os Calmantes Afetam o Cérebro?

Os calmantes agem no sistema nervoso central, reduzindo a atividade neuronal e promovendo relaxamento. Isso acontece principalmente pela ação sobre o neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), responsável por inibir a excitação excessiva no cérebro. Essa ação, embora eficaz para reduzir a ansiedade e o estresse, pode impactar a capacidade de formação de novas memórias.

Principais Efeitos na Memória

  1. Prejuízo na Memória de Curto Prazo
    • Descrição: O uso prolongado de calmantes, como os benzodiazepínicos, pode dificultar a retenção de novas informações. Isso ocorre porque a formação de novas memórias depende de um cérebro ativo e receptivo, algo que os calmantes podem diminuir.
  2. Amnésia Anterógrada
    • Descrição: Alguns calmantes, quando usados em altas doses, podem causar amnésia anterógrada, dificultando a lembrança de eventos que ocorreram após o início do uso da medicação.

Riscos do Uso Prolongado

O uso a longo prazo de calmantes pode levar a uma diminuição mais significativa da capacidade cognitiva, incluindo a memória. Pesquisas indicam que o uso contínuo de ansiolíticos, especialmente os benzodiazepínicos, está associado a um aumento do risco de demência em idosos.

Outros Efeitos Cognitivos:

  • Dificuldade de concentração: Além da memória, os calmantes podem reduzir a capacidade de foco e raciocínio rápido.
  • Redução da agilidade mental: O efeito sedativo compromete a rapidez de processamento de informações.

Alternativas ao Uso de Calmantes

Para minimizar o impacto dos calmantes na memória, é possível adotar estratégias alternativas de manejo da ansiedade e insônia, como:

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Uma abordagem eficaz para tratar a ansiedade e insônia sem o uso de medicamentos.
  2. Exercícios de Meditação e Relaxamento: Técnicas como meditação e respiração profunda ajudam a reduzir os níveis de estresse sem comprometer a memória.
  3. Atividades Físicas Regulares: O exercício físico é conhecido por melhorar o humor e o bem-estar, além de proteger as funções cognitivas.

Conclusão

Embora os calmantes sejam eficazes para o controle da ansiedade e outros distúrbios, é essencial estar ciente dos seus impactos sobre a memória. O uso prolongado ou inadequado pode comprometer a capacidade cognitiva, especialmente em relação à formação de novas memórias. Sempre que possível, é recomendado buscar alternativas que preservem a saúde mental e cognitiva.

Referências

  1. Dell’Osso, B., et al. (2012). Effects of Benzodiazepines on Memory: A Systematic Review. Journal of Clinical Psychopharmacology.
  2. American Psychiatric Association. (2013). Benzodiazepines and Memory. Journal of the American Medical Association.
  3. Roth, T., & Roehrs, T. (2003). Insomnia: The Role of Sleep Medications. Journal of Clinical Sleep Medicine.
Dra. Ana Beatriz Barbosa

Dra. Ana Beatriz Barbosa

Médica graduada pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) com residência em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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