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Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva

TDAH e TEA: Explorando Diferenças e Tratamentos para uma Vida Melhor

Introdução

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são condições neuropsiquiátricas que frequentemente compartilham sintomas, mas possuem causas e manifestações distintas. Entender as correlações e diferenças entre TDAH e TEA é fundamental para o diagnóstico e tratamento adequados.

Sintomas Comuns

Embora TDAH e TEA sejam distintos, há sintomas comuns que podem levar a diagnósticos equivocados:

  • Inquietação Física: Comum em ambas as condições, pode se manifestar como hiperatividade no TDAH e movimentos repetitivos no TEA.
  • Hiperfoco: Tanto pessoas com TDAH quanto com TEA podem apresentar períodos de hiperfoco, mas por motivos diferentes. No TDAH, o hiperfoco é impulsionado por uma necessidade dopaminérgica e prazer imediato. No TEA, o hiperfoco oferece conforto, estabilidade e segurança.

Diferenças Fundamentais

Motivação do Hiperfoco

  • TDAH: O hiperfoco é quase uma necessidade dopaminérgica, oferecendo prazer imediato e gratificação. Indivíduos com TDAH tendem a buscar atividades que aumentam a produção de dopamina.
  • TEA: O hiperfoco em TEA é motivado pela familiaridade e previsibilidade. Indivíduos com TEA focam em atividades que oferecem um senso de segurança e estabilidade.

Ritualização e Rotinas

Pessoas com TDAH podem desenvolver rotinas para gerenciar os sintomas e manter a organização. Por exemplo, uma pessoa com TDAH pode estabelecer rituais diários para facilitar a vida, como horários fixos para acordar, estudar e se exercitar. Em contraste, a ritualização no TEA é mais rígida e está geralmente relacionada à necessidade de previsibilidade e controle.

Fatores Diagnósticos

  • TDAH: Diagnóstico baseado em critérios como desatenção, hiperatividade e impulsividade. O tratamento envolve medicamentos estimulantes e terapia comportamental.
  • TEA: Diagnóstico baseado em déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos e restritivos. O tratamento é multidisciplinar, incluindo terapias comportamentais, ocupacionais e fonoaudiológicas.

Impacto no Cotidiano

Ambas as condições podem impactar significativamente a vida diária:

  • Desempenho Acadêmico e Profissional: Indivíduos com TDAH podem ter dificuldades em manter o foco em tarefas prolongadas. Já pessoas com TEA podem enfrentar desafios na comunicação social e na adaptação a mudanças.
  • Interações Sociais: No TDAH, a impulsividade pode dificultar relacionamentos, enquanto no TEA, a dificuldade em compreender nuances sociais pode levar ao isolamento.

Diferenças no Tratamento

TDAH

  • Medicamentos Estimulantes: Utilizados para aumentar os níveis de dopamina e norepinefrina, ajudando a melhorar o foco e reduzir a hiperatividade e impulsividade.
  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Auxilia na modificação de comportamentos disfuncionais e no desenvolvimento de habilidades de enfrentamento.

TEA

  • Terapia Comportamental: ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é amplamente utilizada para melhorar habilidades sociais, de comunicação e de aprendizagem.
  • Terapia Ocupacional: Focada em desenvolver habilidades motoras e de vida diária.
  • Terapia Fonoaudiológica: Ajuda na melhoria da comunicação verbal e não-verbal.
  • Intervenções Sensoriais: Podem ser necessárias para ajudar a gerenciar problemas de processamento sensorial comuns em indivíduos com TEA.

Conclusão

Embora TDAH e TEA compartilhem alguns sintomas, as motivações e manifestações desses sintomas são diferentes. Compreender essas distinções é crucial para fornecer intervenções e tratamentos eficazes. O diagnóstico preciso permite que indivíduos com TDAH ou TEA recebam o apoio necessário para melhorar a qualidade de vida e maximizar seu potencial.

Referências

  1. Barkley, R. A. (2015). Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: A Handbook for Diagnosis and Treatment.
  2. American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5th ed.).
  3. Matson, J. L., & Sturmey, P. (2011). International Handbook of Autism and Pervasive Developmental Disorders.
Dra. Ana Beatriz Barbosa

Dra. Ana Beatriz Barbosa

Médica graduada pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) com residência em psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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