Autoria: Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva // Dra. Lya Ximenez
*Dra Ana Beatriz Barbosa Silva (Médica Psiquiatra, CRM/RJ 5253226/7)
*Dra. Lya Ximenez (Médica CRM/RJ 52886300)
O que é e como funciona?
É uma técnica segura e moderna, onde se aplica pulsos eletromagnéticos repetidos em uma região específica da cabeça por meio de uma bobina com intuito de estimular a liberação de neurotransmissores e restabelecer conexões cerebrais através da neuroplasticidade cerebral (capacidade de remodelamento cerebral) por ela induzida.
É um procedimento não invasivo, aplicado em consultório, sem anestesia e sem dor.
A máquina utilizada é aprovada pela ANVISA desde 2008 e a técnica aprovada pelo Conselho Federal de Medicina desde 2012 para o tratamento de depressão (uni ou bipolar) e alucinações auditivas.
Quando é indicado?
É indicado em casos nos quais pacientes não respondem adequadamente ao tratamento convencional ou não tolerem efeitos indesejáveis das medicações ou, ainda, quando há urgência de melhora.
Auxilia e complementa o tratamento de diversos transtornos e doenças, seja potencializando a medicação ou acelerando a melhora do paciente.
Quanto tempo dura o tratamento?
São em média 15 a 20 sessões consecutivas com duração em média entre 40 e 60 minutos cada, num período máximo de 3 a 4 semanas, com uma manutenção posterior a ser feita de acordo com a avaliação clínica. O número de sessões varia de acordo com cada indicação, e assim o resultado depende do transtorno a ser tratado.
Perguntas Frequentes:
Existem outros países que utilizem essa técnica?
É aprovada para uso em diversos países como os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Israel, além do Brasil. Nos EUA os planos de saúde já pagam sem burocracia nos casos de depressão em pessoas que não respondem adequadamente a medicamentos.
Quanto tempo para sentir alguma melhora?
A resposta varia de paciente para paciente e pode ocorrer a partir da primeira sessão ou no decorrer das aplicações, bem como ocorrer apenas no final do tratamento. O padrão varia muito individualmente, mas em geral a melhora pode ser observada a partir da segunda semana de tratamento.
Quais os efeitos colaterais?
É muito bem tolerado e seguro, tendo como possíveis efeitos colaterais: sonolência e, mais raramente, dor de cabeça que melhora com analgésico comum.
Posso só fazer EMTr sem remédios?
A princípio não, a EMTr é um tratamento complementar, porém existem exceções a regra.
Contraindicações?
Presença de algum metal dentro da cabeça, como clipe de aneurisma, estilhaços de metal, ou implantes, hemorragia cerebral recente, pressão aumentada dentro da cabeça (pressão intracraniana) ou uso de marca-passo cardíaco, pois o magnetismo pode afetar seu funcionamento.
Não recomendamos o uso da EMTr em gestantes por não haverem estudos suficientes, garantindo a segurança ao feto, apesar de não existirem relatos de malefícios desde que a técnica foi desenvolvida em 1985.
O que é necessário para iniciar a EMTr?
Estar sendo acompanhado por um médico que ficará responsável pelo acompanhamento medicamentoso, ser avaliado por nosso especialista em EMTr para saber se há indicação em seu caso, possuir SPECT, Mapeamento cerebral e exames laboratoriais recentes.
Quais transtornos podem ser tratados?
• Depressão
• Alucinações auditivas
OFF-LABEL*:
• Borderline
• Fibromialgia
• Dor crônica
• TOC
• Transtornos de ansiedade
• Compulsão
• TDAH
• Transtornos alimentares
• Dependência química
• Sintomas negativos da esquizofrenia
• Mania
• Zumbido
• Parkinson
• Entre outros
* O que é Off-Label? (Tradução literal: fora do rótulo).
São indicações onde já se observa benefícios sobre sua utilização, mas que ainda não foram feitos pesquisas grandes o suficientes para estabelecer uma indicação formal. No Brasil, o Conselho Federal de Medicina apenas reconhece para o tratamento de depressão e alucinações auditivas, os outros são considerados off-label.
* Dra Lya Ximenez é médica com especialização em EMT pela Universidade de Harvard.